sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Anamnese Abdominal; Regiões abdominais.





A exemplo da palpação, a percussão deve ser sempre iniciada fora da área de maior sensibilidade, estendendo-se a todo o abdome com a mesma intensidade.
Som normal: maciço (baço e fígado), timpanismo (vísceras ocas), submaciço (quando há conteúdo alimentar no intestino).
Som de órgão maciço: zona hepática, espaço de Traube ocupado(6aa 10acostelas), vísceras sólidas aumentadas, vísceras ocas repletas de líquido, ascite (macicez de declive), gravidez, tumores.
Percussão normal: Macicez hepática no hipocôndrio direito; timpanismo(presença de ar na víscera oca) no espaço de Traube (que incluias regiões epigástrica e hipocôndrio esquerdo); timpanismo nas demais regiões. Em alguns casos, é comum encontrar macicez também nos flancos, além do hipocôndrio direito, compatível com órgãomaciço ou víscera oca com conteúdo sólido ou líquido. As massas abdominais sólidas ou líquidas (como na ascite) e os hematomas também se revelam maciços à percussão. Hipertimpanismo: aerofagia com meteorismo; gastrectasia, meteorismo, obstrução intestinal, pneumoperitônio.
O timpanismo indica a presença de ar livre na cavidade peritoneal ou no interior de víscera oca ou formação cística. Timpanismo generalizado: comoem casos de obstrução
Timpanismo localizado: em casos deperfuração, volvo
A presença de líquidos na cavidade peritoneal, em volume superior a 1,5 litros, pode ser detectada pela percussão, que revela macicez, cuja localização é constante (macicez fixa) ou variável, de acordo com a mudança da posição do paciente (macivez móvel).A macicez móvel revelada em casosde ascite de médio volume, quando o paciente está em decúbito dorsal, o líquido acumula-se nas regiões laterais do abdome e as alças intestinais aproximam-se da parede anterior, revelando timpanismo na região anterior e macicez nos flancos e região lombar. Quando o paciente adota decúbitos laterais, o líquido desloca-se para a região mais baixa, determinando o aparecimento de som maciço, enquanto que na parte oposta obtém-se som timpânico. Portanto, nestes casos, ao mudar o decúbito, as áreas de macicez e de timpanismo se invertem. Macicez fixa: sugere tumores; plastões
Macicez móvel: sugere a presença de líquidos, sendo uma das maneiras de verificar ascite (juntamentedo sinal do Piparote e do semicírculo de Skoda, ver OBS1): Paciente em decúbito dorsal: havendo ascite, encontra-se timpanismo no mesogástrio e macicez nos flancos.Paciente em decúbito lateraldemonstrainversãodos sons. Esta inversão não ocorre em casos de cistosde ovário.
A percussão também é realizada para pesquisar os limites do fígado (hepatimetria).O limite superior do fígado localiza-se na linha hemiclavicular, no 5º EIC direito, onde se encontrasom submaciçopara maciço.Para encontrar este limite superior, percute-se desde o 4º ou 5º EIC direito, onde aindase percute som claro pulmonar, até o encontro de som maci o.Olimite inferior em n vel dos arcos costaise encontrado realizando a t cnica de modo inverso: iniciando desde a fossa il aca direita at o rebordo costal direito. Quando, devido a aumento de tamanho, o f gado se projeta para limites ainda mais inferiores que o rebordo costal, deve ser relatado a quantidade em cent metros do aumento com rela o s costelas.
OBS1: Abordagem semiolgica da ascite: a ascite a acumula o excessiva de fluidos na cavidade do perit nio. Essa condi o patol gica deve ser avaliada por meio das seguintes manobras: oSinal de macicez móvel: avaliado por meio da percuss o nos flancos direito e esquerdo e mesog strio com o paciente em dec bito dorsal e depois, em dec bito lateral. Em dec bito dorsal, percute-se macicez nos flancos e timpanismo do mesog strio, devido ao dep sito de l quido nos flancos. Contudo, em dec bito lateral esquerdo, o timpanismo encontra-se em flanco direito e mesog strio, mas com macicez no flanco correspondente ao dec bito (por estar repleto de l quido que se concentrou na regi o). oSemicírculosde Skoda: serve para diferenciar uma ascite de pequeno volume de nodula es na regi o do hipog strio.Com o paciente em dec bito dorsal, com o leito inclinado em torno de 30 , percute-se a regi o infraumbilical de forma radiada, em dire o s fossas il acas e hipog strio. Em casos de ascite, observa-se altera o do timpanismo caracter stico da regi o do mesog strio e nas fossas il acas. oSinal do Piparote: para a palpa o da ascite de grau importante. O m dico, posicionado do lado direito do paciente, percute o ladodireitodo abdomecom pequenos golpes com a ponta dos dedos (como “petelecos”) enquanto a outra m o(a esquerda), fica posicionada no lado oposto s batidas. Se houver l quidos, a m o esquerda capta os choques das ondas l quidas ocasionadas pelos piparotes.
OBS2: Sinal de Torres-Homem: realiza-se punho-percusso na regiã da loja heptica. Qualquer sinal de dor, caracteriza a presença de abscesso inflamatorio heptico. OBS3: Sinal de rechaço hepático: serve para avaliar ou encontrar o figado em pacientes com ascite volumosa. Para isso, realiza-se compress es na regi o do hipoc ndrio direito do paciente. Ao se encontrar o f gado, o m dico, ao soltar a compress o, sente o retorno hep tico contra a sua m o. OBS4: Sinal de Giordano: percute-se este sinal por meio de golpes leves na regi o lombar (dorsal) do paciente sentado.Os golpes ser o concentrados na regi o da loja renal.O desencadeamento de dor por este tipo de percuss o (que geralmente faz o paciente retirar o corpo da posi o normal), sugere afec es inflamat rias retroperitoniais (refletindo dor renal ou uret rica). OBS5: Sinal de Jobert: encontro de timpanismo ao n vel da linha axilar m dia sobre a rea hep ticaou no pr prio hipoc ndrio direito, indicando a presen a de ar livre na cavidade peritoneal(pneumoperitônio), via de regra decorrente de perfura o de v scera.
Ausculta-se os quatro quadrantes, inicialmente, de forma superficial e delicada para avaliar os ruidos hidroaereos. Para avaliar altera es no fluxo a rtico (sopros ou aneurismas), aprofunda-se mais o diafragma do estetosc pio ao longo do trajeto mediano da aorta e de seus ramos.
Os ruídos intestinais s o produzidos pela interação do peristaltismo com os líquidos e gases. A ausculta normal do abdome revela ruídos hidroaéreos que refletem o deslocamento dos gases misturados ao bolo alimentar ao longo de uma víscera oca. O melhor local para auscultar os ruídos hidroaereos na fossa ilí aca esquerda.
De um modo geral, a exacerba o do peristaltismo menos significativa que a redu o. As exce es ocorrem na fase final da obstru o intestinal, nas hemorragias digestivas intraluminares e nas gastroenterites agudas n o complicadas.
As principais altera es a serem pesquisadas durante a ausculta s o:
Presença de ruídos hidroaéreos: descrever sua tonalidade, intensidade, timbre e frequ ncia (normal entre 5 e 10 por minuto). Burburinhos:som degases e l quido passando pordobras intestinais.
Peristaltismo da luta: obstru o.
Íleo paralítico: sil ncio abdominal. Caracteriza, na maioria dos casos, situa es de p s-operat rio, em que ocorre um silencio abdominal causado por uma resposta de defesa funcional do trato gastrointestinal em consequ ncia a um trauma. O retorno dos movimentos deve acontecer entre 24 e72 h. Se o tempo for maio, indicacomplica es (infec o peritoneal ou desequil brio hidroeletrol tico). Sopros:sugeremaneurismas e compress es, arteriais, f stulas art rio-venosas.
OBS6: Duas considera es cl nico-semiol gicas devem ser avaliadas e diferenciadas entre si; oO sinal de Corvoisier-Terrier caracterizado por tr s sinais: icter cia, ves cula palp vel e indolor, aus ncia de irrita o peritoneal. Estes tr s sinais em conjunto indicam neoplasia obstrutiva das vias biliares. oA tríade de Charcot caracterizada por icter cia (baixa intensidade), ves cula dolorosa (palp vel ou n o) e febre. Indica colangite (inflama o nas vias biliares).
Durante a anamnese, é especialmente importante pesquisar todas as características relacionadas à dor abdominal. Esta pode ser responsável por fornecer bases para diagnósticos de síndromes abdominais.
Início:é necessário pesquisar o tempo exato e a intensidade da dor no início.
Localização:é importante descrever a localização da dor no iníciodo sintoma, as alteração na localizaçãoe a sua irradiação.
Caráter: Cólica, Contínua, Aguda, Surda, Aperto ou Pulsátil.


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